Estimativa de consumo de carne de coelhos no Brasil
Por: Marcos
Ferreira Kac – Médico Veterinário e Cunicultor.
Sabe-se que
o consumo da carne de coelhos no Brasil ainda é insignificante quando comparada
com outros animais de produção, principalmente bovinos, suínos e frangos, o que
já faz parte da cultura e realidade financeira dos brasileiros.
Esse
consumo vem crescendo muito pelo menos nos últimos 10 anos, talvez
proporcionalmente seja uma das carnes que mais tenha crescido, visto que os
principais frigoríficos do país hoje produzem até 10 vezes mais do que
produziam 10 anos atrás, sempre trabalhando com um crescimento do mercado
consumidor mais rápido do que a produção. Vários trabalhos de incentivo de
produção, principalmente com altos reajustes praticados nos coelhos vivos,
sempre acima da inflação do país, estão sendo praticados, o que deverá surtir
resultados satisfatórios nos próximos 5 a 10 anos. Há vários anos que o coelho
brasileiro é mais caro do que o europeu e isso se deve ao fato do custo de
produção nacional ser bem mais elevado pela falta de técnicas como inseminação
artificial, ração de preço elevado, genética não tão boa e principalmente pelas
criações ainda serem pequenas. No Brasil uma criação com 200 ou 300 fêmeas pode
ser considerada uma grande criação, enquanto em países como Espanha, Portugal,
Itália, França, entre outros, é uma criação pequena. Com esse crescimento
sólido, regular e confiável do mercado, algumas criações com intuitos
industriais já começaram a ser instaladas, com objetivo de produzir com mais de
500 e até com 1000 matrizes.
Segundo
relatos informais de algumas autoridades governamentais do ramo, o Brasil deve
abater oficialmente 15 a 20 mil coelhos / mês. Algumas estimativas propõe uma
quantidade semelhante de abate informal e caseiro, principalmente na região sul
do país e outras cidades rurais, totalizando aproximadamente 40.000 coelhos /
mês. Essa quantidade produz em torno de 750 toneladas de carne de coelhos por
ano, o que dividido pelos nossos mais de 200 milhões de habitantes, resulta em
3 a 4g / habitante / ano. Conversas com cunicultores falavam em menos de 100 g
/ habitante / ano. Deve-se enfatizar que essa estimativa foi feita a muitos
anos atrás quando na década de oitenta o governo muito estimulou a cunicultura.
Seja 3 ou seja 100 g, é uma quantidade muito baixa, ainda mais se tratando de
uma carne tão saudável e de alta produtividade, visto que em menos de 10m2,
consegue-se produzir mais de 300kgs de carne / ano, além do aproveitamento dos
subprodutos de abate e esterco.
Por ser uma carne de alto
valor nutritivo e fácil digestibilidade, pelo preconceito com comer um coelho
estar cada vez menor, pois é um animal de alta produtividade, e principalmente
pelo preço da carne do coelho estar cada vez mais competitiva, devido aos altos
aumentos das demais carnes, com esse consumo tão baixo e aprimoramento das
técnicas de criação, melhoramentos genéticos e de ração, diminuindo ainda mais
os custos de produção, é um mercado que tem muito para crescer e com um futuro
muito promissor.
Fonte: ACBC
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