O coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus), um pequeno lagomorfo, tem sido uma das espécies mais fustigada dos últimos tempos com o aparecimento da mixomatose no Uruguai em 1896 (Sanarelli, 1898). Desde então as enfermidades não mais tiveram fim. Em 1984, cerca de 100 anos depois da mixomatose, a doença hemorrágica viral emerge na China (Liu et al, 1984). Em 2010 surge um novo vírus, designado Vírus da Doença Hemorrágica Viral 2, com um perfil genético e antigénio diferente do vírus anterior (Le Gall- Reculé etl al, 2011), tendo-se espalhado por toda a Europa muito rapidamente (à semelhança das doenças anteriormente referidas) e chegado a Portugal (Abrantes et al, 2013). Se na cunicultura industrial as doenças puderam ser controladas de uma forma mais ou menos célere e eficaz pelo recurso a vacinas, o problema toma outras dimensões na vida selvagem, onde a ciência em geral e a biossegurança em particular não conseguem cumprir o seu papel tão facilmente. O coelho-bravo Europ...