APROVEITAMENTO DO COELHO


O objetivo principal da criação de coelhos no Brasil é a produção de carne. Porém, há diversos subprodutos que podem ser aproveitados, complementando a renda do produtor e diminuindo o descarte. Assim, o aproveitamento da pele, pelos, cérebro, sangue, patas, orelhas e esterco é uma alternativa econômica nas explorações

Carne
Antes do abate, os coelhos devem passar por um período de jejum. A determinação da duração deste período é feita por meio da associação do bem-estar animal e da lucratividade do produtor. A união destes fatores permite a obtenção de um bom rendimento de carcaça, qualidade final da carne, preço (provenientes de uma criação que mantenha um ótimo estado físico) e desempenho dos animais em produção. Na literatura, o período de jejum alimentar de coelhos é controverso, variando de 10 a 24 horas (SIMONATO, 2008).

Após o jejum, os coelhos são abatidos por degola com o rompimento da jugular, ocorrendo a sangria. Este procedimento promove a morte do animal e mantém a qualidade, a maciez, sabor, conservação da carne e preservação do cérebro pra uso em biotecnologia (SIMONATO, 2008).

A carne de coelho tem sabor peculiar, sendo considerada magra e mais saudável que a carne de outras espécies devido ao alto teor de proteínas, cálcio, fósforo e menor teor de gordura e sódio. Além disso, apresenta baixo teor de colesterol, constituindo uma alternativa para as pessoas que buscam uma dieta mais saudável (LEBAS et al., 1996 apud SIMONATO, 2008; VIEIRA, 2008).

Devido ao seu sabor e valor nutricional, a carne de coelho é altamente consumida por toda a Europa, principalmente na França e Espanha, os dois dos maiores produtores do mundo. Nos Estados Unidos, o maior produtor, o consumo também é elevado (VIEIRA, 2008).

No Brasil, o consumo ainda é baixo devido ao tamanho reduzido da produção. Além disso, a falta de organização do setor impede a difusão do hábito de consumo e a divulgação da qualidade da carne (VIEIRA, 2008).

Para determinar o rendimento líquido da carne, soma-se o peso do couro, cabeça, patas, sangue e vísceras e diminui o resultado do peso vivo dos coelhos. Em média, o rendimento da carne de coelho é 60%, sendo maior do que de outros animais como boi e carneiro. O rendimento depende de uma série de fatores como raça, sexo, estado de gordura ou magreza, idade, precocidade, alimentação, entre outros (VIEIRA, 2009b).

A raça dos coelhos tem grande influência na produção de carne. Apesar das raças gigantes produzirem carne em maior quantidade, o rendimento líquido é menor e a qualidade da carne é inferior quando comparada com a carne proveniente das raças pequenas e médias (VIEIRA, 2009b).

O sexo do animal influi na quantidade e qualidade da carne produzida. No início do desenvolvimento dos láparos, não há muita diferença entre machos e fêmeas. No entanto, com a idade, as fêmeas fornecem maior rendimento, pois o esqueleto, os órgãos internos e a pele dos machos são relativamente mais pesados (VIEIRA, 2009b).

O estado de gordura também é importante, pois quando o coelho é submetido à engorda, a carne é o que aumenta em maior proporção. Assim, somente coelhos gordos devem ser abatidos (VIEIRA, 2009b). Em relação à idade, quanto mais velho for o coelho, maior é o rendimento em carne.

Quando o coelho está com 2 anos de idade o rendimento é maior, porém a qualidade da carne diminui (VIEIRA, 2009b). As raças precoces produzem maior quantidade carne em um tempo menor devido à alta taxa de conversão alimentar (VIEIRA, 2009b). Os alimentos fornecidos aos coelhos, principalmente no último mês, e a técnica de abate também têm grande influência na quantidade e na qualidade da carne obtida (VIEIRA, 2009b).


Fonte: SOUZA, Gabrielle Chaiben Consentino Franco de -Criação de coelhos – Cunicultura – Dossiê Técnico – TECPAR – 2011

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