Fisiologia da Alimentação
Anatomicamente, o coelho apresenta estômago e ceco bastante
desenvolvidos, bem adaptados à digestão de considerável parte de forragens e
cereais, com capacidade de conter cerca de 80 % da digesta.
Um coelho adulto alimenta-se aproximadamente de 20 a 40
vezes ao dia, ingerindo cerca de 1,08 g de alimento por minuto. A ingestão
permanente torna-se necessária para a manutenção de um trânsito eficiente da
digesta. O trato digestivo é capaz de excretar rápida e seletivamente a fibra
dietética, retendo as frações solúveis e partículas pequenas no ceco.
O estômago do coelho mede cerca de 115 mm de comprimento por
75 mm de largura, constituído por dois divertículos característicos: o cárdia,
pouco pronunciado, e o piloro, bastante desenvolvido. Sua capacidade média
total é de 500 ml no coelho adulto.
O intestino delgado tem um comprimento aproximado de 300 cm,
com desenvolvimento total por volta de 9 a 11 semanas de idade. É o maior sítio
de absorção de nutrientes, encontrando-se dividido em 3 áreas funcionais:
duodeno, jejuno e íleo.
O intestino grosso tem um importante papel na digestão do
coelho, devido à fermentação cecal, excreção seletiva da fibra e a re-ingestão
do conteúdo cecal (cecotrofia), podendo ser dividido em ceco, colo e reto. O
ceco dos coelhos é bastante volumoso, medindo cerca de 40 cm, com capacidade
aproximada de 600 ml.
O material no colo perde água e é rapidamente eliminado em
resposta a uma estimulação nervosa. As fezes duras são constituídas pelas
partículas maiores e modeladas por contrações do colo distal, e sua eliminação
sempre precede contrações simples e amplas do ceco e colo proximal, com rápida
movimentação das fezes através do colo distal e reto. Desta forma o coelho é
capaz de excretar rápida e seletivamente a fibra dietética, retendo por tempo
prolongado as frações solúveis e as partículas pequenas, no ceco.
A cecotrofia ocorre muito precocemente em coelhos selvagem,
enquanto que, nos domésticos, inicia-se no momento em que se passa a ingerir
alimentos sólidos, por volta de terceira semana de vida.
Após a separação de partículas, o material cecal permanece durante
algumas horas onde uma série de microrganismos promove uma fermentação com
subsequente incorporação de nutrientes como proteínas , vitaminas do complexo B e vitamina
K, bem como ácidos graxos voláteis. Antes de sua eliminação, as fezes moles são
cobertas por uma camada de muco.
A quantidade de cecotrofos produzida está relacionada com o
indivíduo, com a idade, com a quantidade e componentes nutricionais do
alimento, bem como com alterações das funções fisiológicas normais se a
cecotrofia é impedida. É evidente que a fonte comum para os dois tipos de fezes
é o material cecal, no entanto, além de diferenças no aspecto externo (tamanho,
forma e consistência), apresentam composições claramente distintas,
especialmente nos teores de fibra, proteína, minerais e água.
Animais que não consumirem esses excrementos desenvolvem deficiências e
síndromes.
Fonte: Apostila de Cunicultura
- Amanda de Araújo
Zootecnista
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