Coelho chinês mais raro que panda vira sensação na internet
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Estima-se que menos de mil espécimes ainda existam, o que representa menos que o número de pandas
Graças às redes sociais e à pecha de "coelho mágico", um animal ameaçado de extinção que vive em uma região remota na China está dando o que falar.
Trata-se do pika-de-lli, um lagomorfo que só é encontrado na China. Com menos de mil exemplares, o pika-de-lli é mais raro que o urso panda.
O animal, do gênero dos octonídeos e "primo" de coelhos e lebres, só foi visto pela primeira vez em 1983. O autor da façanha foi o ambientalista Li Weidong, que dedicou os últimos 30 anos de sua vida à missão de documentar e proteger o roedor.
Menos de mil
Weidong lembra-se de quando "descobriu" o lagomorfo. "Tinha escalado uma montanha durante quatro horas e parei por alguns minutos para recuperar o fôlego. Foi quando vi um pequeno animal correndo", conta.
"Escondi-me atrás de um rocha e, de repente, vi duas orelhas de coelho surgindo em meio às pedras. O pequeno animal me olhava fixamente. Achei que era a criatura mais bonita e bizarra que tinha visto".
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O roedor tem como predadores naturais aves de rapina e raposas de montanha
Há muitos tipos de pikas, cuja grande diferença para os coelhos é ter orelhas arredondadas. Mas a espécie observada por Weidong tinha três listras marrons distintas em seu pescoço.
Depois de três anos de estudos, Weidong e sua equipe batizaram o animal de pika-de-lli, em homenagem à região de Ili, no extremo noroeste da China, onde o lagomorfo foi avistado pela primeira vez.
O Ochotona iliensis vive em buracos, em alturas que variam de 2.800 a 4 mil metros. Vive em condições de frio extremo e se alimenta da ervas que crescem nas montanhas de Tian Shan.
Após a descoberta, decidiram tomar providências para proteger os pikas, mas não quiseram fazer muito alarde para evitar atrair atenção indesejada para os animais.
Só que agora o lagomorfo tem uma nova ameaça além de seus predadores naturais, aves de rapina e raposas: a ação humana.
Pastos
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O conservacionista Li Weidong diz que há mais de 20 anos não vê um pika
Nos últimos anos, as áreas de pastagem dos pika foram reduzidas em 71% por fatores como mudanças climáticas e a destruição do meio ambiente.
"Os pikas-de-lli agora estão isolados no alto da montanha porque seu habitat está fragmentado", explica Weidong.
E um sinal claro, segundo o conservacionista, é que faz 24 anos que ele não vê um único animal na região.
Os pikas-de-lli ganharam notoriedade depois de aparecerem na renomada revista National Geographic. E se tornaram uma sensação na internet, o que preocupa Weidong.
"Muita gente me escreve para dizer que quer ajudar a proteger os pikas. Só que mais atenção também significa mais perigo para eles", pondera.
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