Importância do esterco como adubo
O esterco do coelho representa um
ótimo adubo animal, pela sua riqueza em azoto, ácido fosfórico, potássio e
matéria orgânica. O seu emprego na fertilização do solo é de grande importância
na pequena agricultura, principalmente tratando-se de sítios produtos de hortaliças,
flores e frutas, que poderão também possuir uma pequena criação de coelhos.
Além dos benefícios obtidos pela família do sitiante com o consumo da carne, o
esterco produzido pelos constituirá mais uma fonte de renda, não só pelo emprego
na adubação local, como também pela venda do mesmo aos chacareiros e granjeiros
das vizinhanças. Em uma criação de coelhos a qualidade e quantidade do esterco
produzido variam de acordo com o tamanho dos animais, raça, idade e tio de
ração.
Sabemos que uma coelha
reprodutora de 4,5 kg com suas 6 crias anuais num total de 45 filhotes, produz
mais ou menos 90 kg de esterco limpo por ano. Esta quantidade de esterco poderá
para 105 kg adicionado à varredura das coelheiras e resíduos da ração. Um
coelho reprodutor ou coelha seca de 4,5 kg darão por ano pelo menos 35 kg de
esterco limpo; essa produção, quando adicionada à varredura das coelheiras será
aumentada para 60 kg.
Geralmente o esterco tem o seu
volume aumentado, pois, é sempre misturado com a varredura das coelheiras,
resíduos da ração e palha das gaiolas; quando posto a secar, o esterco sofre
uma grande diminuição de peso, devido à evaporação, de umidade, chegado essa
perda a 320 gramas por quilo. O esterco do coelho tem a grande vantagem de
poder ser aplicado diretamente na adubação das plantações e culturas, sem
perigos de queimar as folhas ou raízes.
Não só a alimentação distribuída
aos coelhos tem influencia na composição química do esterco; também os
elementos adicionados ao mesmo, como a varredura das coelheiras, palha,
resíduos da ração e grau de fermentação processada, poderão modificar o seu
valor. Entretanto, é sempre conveniente não usarmos o esterco do coelho na
adubação das forragens destinadas à alimentação dos mesmos, a fim de
prevenirmos o aparecimento de certas moléstias.
Toda criação de coelhos deve ter
uma esterqueira, para armazenamento do esterco a ser usado. O esterco produzido
pelos coelhos representa uma valiosa colaboração em benefício de fertilização
do solo. O esterco dos coelhos deverá ser empregado seco e bem curtido. A
secagem poderá ser feita em terrenos bem socados, espalhado em dia de sol.
Deste modo o esterco perde todo o cheiro e não haverá fermentação amoniacal,
conservando todos os princípios fertilizantes. Uma vez seco, o esterco será
embalado em sacos de 30 kg permitindo assim o comércio do adubo, e fonte de
rendas para o criador.
A idade dos animais também tem
influência de modo geral, o esterco de animais jovens é menos rico do que o
esterco de animais adultos e, sobretudo animais em regime de engorda. Quando os
coelhos são nutridos com ração granulada, ou composta de grãos selecionados, de
feno de leguminosas de boa qualidade e de suculentas verduras, o esterco é
relativamente isento de grãos de plantas nocivas. Não queimará os gramados, e
será fácil sua incorporação ao solo.
É ótimo para ser utilizados em
jardins e nos gramados, para as plantas de flores, arbustos de frutas e
árvores, com a condição de que não provenha de coelhos doentes e parasitados.
As condições climáticas também tem sua importância. Em regiões de clima
extremamente seco e com insuficiência de chuvas, os adubos tem um fraco teor em
água e retém praticamente todo o azoto, o ácido fosfórico e o potássio.
Composição centesimal | ||||
Animal | Água | Azoto | Ácido Fosfórico |
Potássio |
Cavalo | 71,3 | 0,58 | 0,28 | 0,53 |
Bovino | 77,5 | 0,34 | 0,16 | 0,4 |
Ovino | 64,6 | 0,83 | 0,23 | 0,67 |
Porco | 72,4 | 0,45 | 0,19 | 0,6 |
Coelho | 50 | 1,15 | 2,3 | 0,8 |
Fonte: Cunicultura e apicultura –
MEDINA, J.G. – Instituto campineiro de ensino agrícola – 1979
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