Parte 1 - Bem estar de coelhos de produção e de companhia

Coelhos são mantidos como animais de estimação, como animais de fazenda para a produção de carne e como animais de laboratório. Existem várias espécies de coelhos no mundo, mas, a Oryctolagus cuniculus é a espécie mais criada. Em quase todos os casos esses animais são criados em gaiolas. Mesmo os coelhos de estimação geralmente não ficarão como os seres humanos se eles tiverem escolhas. O tamanho da gaiola varia de acordo com o propósito para o qual o coelho é criado. Alguns coelhos de companhia têm mais espaço que aqueles de laboratórios ou em fazendas criados para produção de carne, mas, outros ficam em condições muito limitada de confinamento. Coelhos criados em laboratório para propósitos de pesquisa em geral dispõem de muito mais espaço que coelhos em fazendas criados para a produção de carne. Isso não tem lógica em relação às necessidades dos coelhos, mas, as atitudes dos seres humanos em relação a esses animais variam de acordo com a utilização que é feita deles.

O número de coelhos criados é muito grande e a produção de carne de coelho na Europa é cerca de 0,5 milhão tonelada por ano. Como se avalia o bem estar de coelhos? A variedade de medidas é semelhante à empregada para todos os outros animais. Um dos indicadores que foi utilizado para a avaliação de bem estar de coelhos é a presença de estereotipias. Estas são observadas regularmente em coelhos engaiolados e podem ser causadas pela falta de estímulos ambientais e de controle sobre o seu meio ambiente. Em coelhos de laboratório, outros comportamentos além de estereotipias foram utilizadas como indicadores de bem estar, incluindo fuçar - que consiste em esfregar o focinho para cima e para baixo nas gaiolas, cabeça no canto. balançar de cabeça. ficar parcialmente em pé e atividades de mastigação e lambedura que são vistas com mais frequência em animais em baias sem teto.

Além disso, o teste de comportamento em uma nova gaiola e a reação dos coelhos a um teste de imobilidade tônica foram estudados para se tentar avaliar as reações de medo em relação a um novo ambiente e aos seres humanos. Os indicadores fisiológicos, como número de leucócitos, peso das suprarrenais, ácido ascórbico, níveis de corticosterona e testosterona também foram estudados em coelhos. Observou-se que ao manejar e colocar coelhos em novo ambiente foram estressores, enquanto observava-se os níveis altos de corticosterona e ácido ascórbico em coelhos que reagiriam a estresse calórico (32 a 34ºC) e estresse de barulho (90+/- 5 dB, 200 cs) em coelhos engaiolados por 42 dias. Calor intenso (42ºC por 4,5h) eliciou um aumento substancial de corticosterona e outras respostas fisiológicas de alarme em coelhos.

Coelhas utilizadas para reprodução em fazendas de coelhos são com frequencia mantidas em gaiolas de arame 60 a 68 cm de comprimento, 40 a 48 cm de largura e 30 a 35 de altura. Tal gaiola provê ao animal uma área de piso 2400 a 3120 cm2. Uma caixa para ninho pode ser colocada na gaiola no momento do parto e removida, ao mesmo tempo em que a mãe é removida, quando os filhotes têm 21 a 25 dias de idade. Cinco ou seis coelhos podem então ser deixados na gaiola até que atinjam o peso do abate 2,0 a 2,8kg. Nesse momento, cada coelho tem 480 a 520 cm2 de espaço do piso. Se uma gaiola maior for utilizada para 10 colehos, cada coelho pode ter 450 cm2 de espaço de piso.

A altura das gaiolas normais para coelhos em fazendas não permite que o coelho adulto adote algumas posturas corporais normais. Talvez não seja possível manter as orelhas eretas e existem muitas gaiolas para coelhos nas quais o animal possa ficar em pé nas patas traseiras. Pode haver uma possibilidade de as orelhas passarem pelo teto de uma gaiola e assim sofrerem ferimentos. Os coelhos não conseguem pular nas gaiolas. A resposta de escape pode ser pular, de forma que gaiolas com tetos baixos devem impor alguns problemas para os coelhos, especialmente até o momento em que eles aprenderem a não pular quando incomodados.

Fonte: Comportamento e bem-estar de animais domésticos - Broom. D.M. - Manole - 4ª edição. 2010.

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