Coccidiose por Eimeria stiedae

Protozoário do grupo das coccídeas que afetam os coelhos. Trata-se de um agente extra-intestinal, extremamente patogênico e que afeta as células epiteliais dos ductos biliares, provocando graves lesões hepáticas e uma taxa de mortalidade elevada, principalmente nas épocas de chuva. 

A infecção ocorre pela ingestão de oocistos esporulados. Estes chegam ao intestino, passando ao fígado via sistema hepático portal e linfáticos. No fígado penetram as células epiteliais dos ductos, e ocasionalmente as células do parênquima, dando origem ao esquizontes e posteriormente aos merozoítos (multiplicação assexuada). Os oocistos voltam ao intestino juntamente com a bílis, surgindo nas fezes 18 dias após a ingestão. A esporulação ocorre em três dias. 

A sintomatologia é observada predominantemente em láparos, sendo desde inaparente em infecções ligeiras, a anorexia, perda de peso, distensão abdominal (pendular), diarreia e icterícia em infecções mais graves. À palpação abdominal detecta-se uma hepatomegália. No parênquima hepático observa-se a formação de nódulos amarelados à superfície (Imagem 3) que contêm no seu interior um exsudado, dilatação dos ductos biliares, fibrose periportal e infiltrado inflamatório. Os adultos são geralmente assintomáticos, podendo inclusivamente ser portadores de grande quantidade de coccideas sem evidenciarem sintomatologia, tornando-se contudo uma potencial fonte de infecção para os láparos. 

O diagnóstico faz-se pela detecção de oocistos nas fezes e por exame histológico (necrópsia) do fígado e vesícula biliar. As coccideas hepáticas são difíceis de eliminar através da terapia coccidiocida, sendo o tratamento com coccidiostáticos mais eficaz e feito com Sulfonamidas (Sulfamerazina, Sulfaquinoxalina, Sulfametoxina, …). 

O controle da infecção requer uma limpeza e desinfecção periódica das instalações (jaulas, camas, …), separação dos láparos dos adultos, evitar alimentos passíveis de terem sido contaminados por animais selvagens.(Resende H., 2009)

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