Dermatofitose

Também designada “Tinha”, é uma micose superficial provocada por fungos, os Dermatófitos, que secretam enzimas (queratinazes) que degradam a queratina da pele, pêlo e unhas dos animais. As principais espécies envolvidas são o Trichophyton mentagrophytes e o Microsporum canis. Estes fungos têm uma distribuição mundial, assumindo uma grande importância epidemiológica, na medida em que, tratando-se de uma zoonose, é um problema de saúde pública. 

É uma doença contagiosa, afetando sobretudo animais debilitados e imunodeprimidos, como idosos, jovens, fêmeas gestantes ou lactantes. Existem também uma série de factores predisponentes que favorecem o seu desenvolvimento, como sendo a umidade e temperatura, o contacto com solos animalizados, deficientes condições higiênicas, antibioterapia e corticoterapia, imunodeficiência, carências alimentares (vitaminas A e D). A transmissão ocorre por contacto direto com animais infectados, ou por contacto indireto com fômites (escovas, pentes, camas, …). 

Os sinais clínicos caracterizam-se geralmente por lesões alopécicas de conformação circular, com eritema periférico, hiperqueratose, escamas e crostas, assim como pelos finos que caem facilmente. As lesões expandem-se centrifugamente, e formam grandes “peladas” circulares típicas. Estas lesões são, geralmente, não pruriginosas. 

Podem ser invadidas secundariamente por agentes bacterianos, provocando lesões infecciosas mais graves. Outras lesões observáveis são pápulas, pústulas ou furúnculos, nódulos purulentos inflamatórios, hiperpigmentação. As lesões localizam-se principalmente ao nível da cabeça, orelhas, membros, cauda e unhas. 

O diagnóstico é feito com base na sintomatologia e observação das lesões típicas, e pelo recurso a exames complementares, como o isolamento do fungo, exame microscópio do pêlo da zona de transição (recolhido na zona limite da lesão circular), observação da fluorescência emitida pelo fungo (Lâmpada de Wood – atenção aos falsos negativos). 

O tratamento consiste numa ação tópica (Imidazóis, Clorexidina, Iodopovidona), numa ação sistêmica (Imidazóis, Griseofulvina), ou em ambos, dependendo da gravidade da lesão. De notar que é fundamental controlar os factores predisponentes, promovendo a higiene, desinfecção para eliminação de esporos, o isolamento dos animais infectados, a escovagem, etc. (Resende H., 2009)

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