Doenças comuns em coelhos de companhia

M.V. Regina Maria Blatt

Evelyn Golin estudante de medicina veterinária

RESUMO

Atualmente, o coelhotem sido eleito como um animal de companhia principalmente pelos moradores de apartamento, e é atendido nas clínicas veterinárias com mais frequência. Porém, os tutores desses animais encontram dificuldades no atendimento clínico pela falta de especialistas, a pouca variedade de medicações, rações específicas para a espécie. As principais doenças encontradas pelos clínicos são as dificuldades locomotoras, odontológicas, enteropatias, doenças no trato respiratório, ectoparasitas, além do erro de manejo alimentar.

Palavras-chave: ração, enfermidade, medicação, coelho,

Introdução

objetivo deste artigo técnico é orientar o setor de 

cunícola pet, abordando fatos que os coelhos hoje 

são levados às clínicas veterinárias e pet shops. Com o crescimento da linha pet, o coelho tem sido um animal muito apreciado principalmente pelos moradores de apartamento, (casal sem filhos, solteiros) como animal de estimação, por apresentar-se como animal inteligente, afetuoso, que ocupa pouco espaço e de fácil manejo. Foram assim por sua vez introduzidos nas clínicas de pequenos, mas, são classificados como “animais exóticos”, uma mudança radical para o veterinário acostumados em atender cães e gatos. Para o veterinário o maior desafio é encontrar medicação específica para espécie, indicação da alimentação adequada, laboratórios clínicos e especialistas em diagnóstico por imagem com tal especialização, mas, na última década essa realidade vem sendo modificada, pois, nas principais capitais e nos grandes centros do país já existem alguns profissionais especializados, sabe-se que na maioria do país essa realidade não se confirma, assim como acesso a medicações e farmácias de manipulação veterinária e nem tampouco acesso a ração específica para este animal.

Discussão Literária
Por se tratar de um animal que se adquire em pet shops poucos especializados, internet e também de granjas de criação caseira esse animal sofre ao ser introduzido sozinho em uma gaiola, onde passa ter contato apenas com os seus tutores em único período do dia, algo que não se é dito para o tutor que se trata de um animal noturno, que convive em bando, que sente a necessidade de “roer” para desgaste dos dentes incisivos que não param de crescer durante sua vida.
Ao ser levado na clínica veterinária do bairro a surpresa de não terum veterinário especializado em coelhos e também no local onde foi adquirido a orientação errada no manejo do animal se acentua agravando o perigo no desenvolvimento de enfermidades, como a sarna de ouvido (Psoroptes cuniculli), uma doença comum que apresenta prurido intenso, descamação e crostas, podendo evoluir para a otite bacteriana ser tratada de maneira fácil sem utilização de antibiótico e/ou antiparasitários injetáveis, nem sempre o médico veterinário tem a informação que apenas durante 3 dias seguidos pingar 4 gotas de ivermectina a 1% em cada pavilhão auricular depois de 15 dias repete o processo, a cura do animal pode ser feito pelo próprio tutor após uma indicação do médico veterinário.
Fato muito comum é o animal chegar nas clínicas com quadros de lesão na coluna por erro de manejo onde o tutor e/ou uma criança pega o coelho de qualquer maneira o mesmo se atira e ao cair lesiona a coluna e o mesmo perde movimentos dos esfíncteres, membros posteriores e/ou anteriores, sendo que o prognóstico desta lesão ainda é muito ruim, ou seja indicação a eutanásia (Cubas et al., 2006).
Fonte: Manual de Cunicultura
A mal oclusão de incisivos é muito comum em animais criados em gaiola, porque os mesmos ficam restritos a ração e não tem como e nem onde desgastar os dentes que não param de crescer em sua vida, causando anorexia ao animal, emagrecimento e suprimindo o sistema imune facilitando o desenvolvimento de microrganismos patógenos levando a uma inflamação secundária; mais uma ocorrência são as unhas dos coelhos; que crescem muito causando arranhões e feridas nos mesmos e em seus tutores, no primeiro caso somente o médico veterinário tem a orientação técnica e devida para a retirada dos dentes e tratamento de uma possível infecção secundária através da medicação específica, o veterinário também fica a cargo de orientar o tutor que lhe dê alguns “brinquedos de madeira” preferencialmente pinus sem nenhum tingimento para que este animal não passe pelo estresse de ser anestesiado e novamente passar por uso contínuo de medicações incluindo antibióticos que por sua vez pode desencadear uma enterite, como por exemplo, ao se utilizar penicilina neste animal. O tutor pode ser orientado pelo veterinário de como executar o corte das unhas de seu animal que é muito simples, fazendo uso de uma tesoura para unhas de gato, corta-se sempre antes dos vasos para que não haja sangramento e inflamação na unha do animal.
A enteropatia também é uma doença recorrente entre os coelhos de companhia e não somente em coelhos de produção como se pensava anteriormente, devido à falta de orientação os tutores fornecem em demasia alguns alimentos pode ocasionar problemas, como por exemplo: excesso de folhas de: alface ou de cenoura, ambos pode levar o animal a óbito em menos de 24 horas no primeiro alimento por uma enterite aguda não reversiva caso o animal não seja levado imediatamente ao veterinário, no segundo alimento devido a quantidade de glicose o animal pode desenvolver diabetes mellitus, outro erro de manejo alimentar muito comum entre os tutores é a mania de comer guloseimas e fornecê-las ao animal, porque ele estava olhando, esse tipo de manejo além de deixar o animal com déficit de algumas substâncias essenciais podem levar também o animal a um quadro de disenteria, podendo levar o animal a óbito, em todos esses exemplos aqui citados um simples aconselhamento por parte do veterinário ao tutor resolve a maioria deles, por exemplo: em vez de dar várias folhas de alface, troque pelos talos de salsinha que a maioria das pessoas acabam dispensando em suas lixeiras, assim como use os rolinhos de papel higiênico que vai para o lixo encha-o com feno, isso além de tranquilizar o animal faz bem à ele, em vez de dar uma cenoura inteira corte-a  ministre no máximo 2 vezes por semana, ou melhor ainda, forneça a rama da cenoura que também é desprezada, NUNCA fornecer biscoitos, bolachas recheadas, alimentos cozidas e gordurosos, carnes, pizzas, salgadinhos ao animal.
O médico veterinário dessa espécie ele é o mentor dos tutores desses animais, porque se existem erros no manejo alimentar de pequenos animais, quando se trata de lagomorfo o problema é maior. Um fato também comum para os tutores inexperientes é quando a sua fêmea tem alguns filhotes e não amamenta o que fazer? Existe uma receita muito simples, porém, trabalhosa em sua administração que é: Uma medida de leite em pó para gatos, uma gema de ovo cozido, 3 partes de água, 3 colheres de sopa de creme de leite, misturar tudo e oferecer 2 vezes ao dia morno aos láparos, o fornecimento é por seringa de insulina de 1 ml, administrando 2 ml por vez para cada láparo. Essa receita pode ser conservada em geladeira por dois dias; antes de oferecer aos animais esquente no fogão, NUNCA usar micro-ondas, esse alimente para os láparos vem para suprir a falta e sucedâneo para essa espécie em específico, outra lacuna de mercado, tanto para pet quanto para o mercado de carne de coelho.
A literatura recomenda utilizar em caso de dores ácido acetilsalicílico, mas, na clínica por se tratar de um animal delicado e de difícil diagnóstico o melhor entre a comunidade veterinária é tratar do coelho com quase todas as recomendações para felinos, neste caso NÃO usar o Paracetamol, utilizar o Tylenol infantil 3 gotas para cada quilo de animal vivo de 8 em 8 horas, o uso do medicamento infantil é por conta da palatabilidade o animal aceita sem estresse na administração do mesmo.
Assim como tratar o coelho com vinagre de maçã em sua água todos os dias utilizar cerca de uma ou duas colheres de vinagre para cada litro de água, isso evita o crescimento de microrganismos patogênicos na flora intestinal, ou seja, impede a disenteria, sem contar que diminui o odor característico da urina deste animal, esse protocolo de acidificação do trato digestivo associado aos antibióticos é muito utilizado para o combate de enterite por Clostridium spiroforme.
Simonato (2012) afirma que: “ectoparasitas como carrapatos e pulgas também são observados frequentemente. As medicações podem ser a selamectina, ivermectina, imidacloprida e nas miíases ou bicheira a limpeza local e a aplicação de unguento são uma boa opção”. A forma de administração desses medicamentos sempre fica a cargo do médico veterinário, porém, pela dificuldade do tutor encontrar um veterinário especializado o mesmo se encaminha até a agropecuária mais próxima, onde lá lhe indicam o Fipronil, esse tipo de medicamento é extremamente tóxico ao coelho, leva-o a morte em no máximo 72 horas após a aplicação, os primeiros sintomas de intoxicação de coelho são: lacrimejamento dos olhos, torcicolo, anorexia e tremores, o animal fica apático e não se movimenta como antes, o primeiro procedimento é banhar o animal com sabão neutro para retirar todo produto, fornecer solução fisiológica e/ ou solução glicosada, até chegar no veterinário, para que se evite morte súbita.
Colibacilose: São enterites causadas por colibacilos de sorotipos patogênicos especificamente para os coelhos. O sorotipo é espécie-específico; portanto, não é sorotipo é espécie para outro. (QUINTON, 2005)
Enterite por Clostridium spiroforme: A antibioticoterapia inapropriada é um dos principais fatores desencadeantes. Esse germe sintetiza uma toxina mortal, conhecida como IOTA-Like, que destrói as mucosas intestinal e cecal. O tratamento consiste em acidificar o trato digestivo, administrando água misturada com vinagre, associada a antibióticos. (QUINTON, 2005)
Doença de Tyzzer: é causada por uma bactéria intracelular, Clostridium piliforme, cuja forma esporulada pode resistir por mais de um ano no ambiente. Acomete indivíduos com imunossupressão e filhotes em período de desmama, ou adultos submetidos a estresse. A contaminação se instala por via oral; os portadores sadios representam a fonte de infecção. (QUINTON, 2005)
A enterite viral – coronavírus pode ser responsável por enterite fatal em coelhos filhotes, ainda no ninho.
Enterite parasitária: coccídeos: pode se desenvolver de duas formas: coccidiose hepática ou coccidiose intestinal.
A primeira é um achado de necropsia, pois é, assintomática e a segunda é se trata de uma enterite fatal, mas, o diagnóstico difícil.
Enterite por helmintoses: a alta infestação por oxiúros (passalurus ambiguus) pode provocar diarreia, o coelho manifesta irritação na região anal. (QUINTON, 2005)
Estase intestinal é muito recorrente em coelho de companhia, que pode acontecer por desiquilíbrio alimentar, como consequência indireta de maloclusão e também lipidose hepática, podendo ser resolvida de forma rápida através de 5 gotas de tylenol infantil a cada 8 horas, hidróxido de alumínio na água do animal e 22 gotas (no máximo) de simeticona 2 vezes ao dia.
As infecções respiratórias são mais frequentes em coelhos anãos devido seios respiratórios curtos, assim como a Pasteurella Multocida é muito frequente como doença de trato respiratório, cujo o prognóstico é sempre reservado.
A Pasteurella Multocida é bactéria gram negativa, que secreta toxina dermonecróticas, favorecendo a adesão e a colonização da mucosa respiratória. A pasteurelose é uma patogenia que não acomete somente o trato respiratório, é responsável também por colonização em vários órgãos. O tratamento desta patogenia é longo e deve ser por administração de antibióticos, como: gentamicina, tetraciclina (lembrando que esta pode levar a diarreia no coelho), associação de sulfamida-trimetropina, o tratamento é de no mínimo 14 dias podendo se estender até dois meses.
Otodectose: (Psoroptes cuniculimais conhecida com sarna de ouvido, o sintomas mais comuns entre os lagomorfos é o balançar das orelhas e o prurido intenso que induz lesões, e também pelas crostas que se forma no pavilhão auricular do animal é de fácil cura.
Dermatofitose: as lesões se localizam principalmente na cabeça, orelhas, e patas é aparentemente semelhante a alopecia, usualmente utilizado cetoconazol via oral.
Pododermatite ulcerativa patogenia relacionada ao piso da gaiola, excesso de peso do animal, cama úmida, não havendo nenhuma dessas possíveis causas pode ser relacionada a alérgenos ou predisposição genética, inflamação sem ulceração se trata com álcool canforado ou solução de clorexidina, troca da cama e/ou do piso da gaiola, aplicar pomada antisséptica e cicatrizante no local acometido.
Torcicolo (síndrome vestibular) são de causas variadas os animais se infectam após ingestão de feno contaminado por larva migrans.
Hoje em dia usam-se ainda muitas medicações de pequenos animais adaptados e com as doses são ajustadas para coelhos (Tab: 1 - Tabelas de medicamento), pois, já existe o desenvolvimento de medicamentos específicos para a espécie, já existe inclusive uma vacina que não é exclusiva para a espécie, mas, também deve ser administrada conforme a indicação do fabricante, a vacina Covesin 9, essa vacina é específica para clostridiose, o próprio fabricante recomenda que seja administrado 1 ml da vacina por animal; os laboratórios de análises clínicas que são preparados para receber as amostras de sangue, urina e fezes, e os laboratórios que executam exames de imagens como: RX, ultrassom, ressonância magnética, etc, a dificuldade para envio dessas amostras ainda está na localização desses que se instalaram em grandes centros dos principais estados, ou seja, se a coleta do material vier de um estado ou cidade longínqua ao laboratório a amostra é perdida, esse tipo de entrave que existe na medicina de mamíferos exóticos.
Tab 1 : Tabela de fármacos para coelhos
Farmaco
Indicação
Dose
Adm
Aspirina
Aines
10-100 mg/kg       12/12h
VO
Carprofeno
Aines
2,2 mg/kg              12/12h
VO
Cetoprofeno
Aines
1 mg/kg                  12/12h
IM
Ibuprofeno
Aines
2-7,5 mg/kg        6-8h
VO
Meloxican
Aines
0,2 mg/kg            24/24 h
0,3 mg/kg            24/24h
SC
VO
Afectrin
Antibiótico
0,5 ml/animal 12/12h 3 a 5 dias
VO
Amoxicilina
Antibiótico
6,6 - 20 mg/kg    8-12 h
VO
Amoxicilina trihidratada
Antibiótico
12,5 a 25g/ 100L de água
VO
Ampicilina
P. Pneumotrópica
9mg/ animal por 5 dias
SC
Cefalexina
Antibiótico
11 -22 mg/kg         8/8h
VO
Cetoconazol
Fungicida
10-50 mg/kg         24/24h
VO
Ciprofloxacino
Antibiótico
7-20 mg/kg            12/12h
VO
Clorafenicol
P. Pneumotrópica
0,25 mg/L de água por 15 dias
VO
Cloranfenicol
Bordetela/
Mastite
30 mg/kg             24/24h por 5dias
VO
Cloridrato de
difloxacino
Antibiótico
5-10  mg/kg       24/24h
VO
Clorpififós
Larvicida
utilizar na lesão
Tópico
Clortetraciclina
Antibiótico
50 mg/kg            24/24h
VO
Coccidine
Enterite
1ml/L de água 5d para 3d e repete
VO
Coccisal
P. Multocida
66 mg/L de água    3 dias
VO
Curso Clin*
Enterite
um envelope em 10L/ água
VO
Dexametasona
Glicocorticóide
0,5 - 2mg/kg          12/12h
VO
Diclazurila*
Antibiótico
0,2 g/kg de ração
VO
Doxiciclina
Antibiótico
4 mg/kg              24/24h
VO
Enrofloxacino
Antibiótico
5-10   mg/kg          12/12h
SC
Eritromicina
Antibiótico
10-20  mg/kg     12/12h
VO
Espirimicina
Antibiótico
50mg/kg              12/12h
SC
Florfenicol
Antibiótico
22 mg/kg    8/8h
VO
Fluconazol
Fungicida
25-43 mg/kg       12/12 h
EV
Flumicina
Antibiótico
15-30 mg/kg     12/12h
SC
Fosfato de
tilmicosina
Antibiótico
10 mg/animal dose única
SC
Gentamicina
P. Multocida
1mg/kg por 5dias
SC
Griseofulvina
Fungicida
2,5 mg/kg               12/12 h
VO
Hidrocloridrato
tetraciclina
P. Multocida
100 mg/L na água
VO
Hidroxizina
Anti-histamínico
2 mg/kg    8/8h
IM
Irondel*
Antibiótico
0,25mg/kg       3 a 5 dias
IM
Marbofloxacino
Antibiótico
2-5 mg/kg          24/24h
SC
Metronidazol
Antibiótico
20 mg/kg           12/12h
VO
Neomicina
Antibiótico
utilizar na lesão
Tópico
Oxitetraciclina
P.Pneumotrópica
3,5 mg/animal por 5 dias
IM
Oxitetraciclina/
lidocaína
Enterite bacteriana
0,25 ml/kg           24/24h
SC
Penicilina
P. Multocida
60.000UI/kg por 10 dias
SC
Penicilina G
Antibiótico
20.000 - 40.000 UI/kg      8/8h
IM
Prado Colo oral*
Shigela
25g/5kg de ração
VO
Prednisolona
Gicocorticóide
0,5- 2 mg/kg      24/24h
VO
Rifamicina
Antibiótico
5-10 mg/kg          8/8h
IM
Sulfadiazina/
Trimetropina
Antibiótico
15-30 mg/kg        12/12h
VO
Sulfaquinoxaleina
P. Multocida
0,05 g/kg de ração
VO
Sulfato de
Cefiquinona
Antibiótico
1mg/animal    24/24h   por 2 dias
IM
Tetraciclina
P. Multocida
1mg/kg por 21 dias
SC
Tilosina
Antibiótico
7-15 mg/kg          12/12h
IM
Tormicina 100
Ecoli/ Bordetela
0,5 ml/kg  1x
IM
Tulatromicina
Antibiótico
1mg/kg dose única
IM
ADE
Vitamina
0,5 ml/animal a cada 75 dias
SC
Antitóxico mogivet*
Antitóxico
1 ml/animal
IM
Antitóxico oral
Antitóxico
20 a 30 gotas    2 a 3 /dia
VO
B12
Vitamina
0,5 ml/animal
SC
Bulvitan*
Vitamina
2ml/ animal
VO
Buserelina
LH, FSH
0,2ml/animal 1x
IM
Carbaril
Pulga/ carrapato
5g/animal pulverizar
*-*
Cefotaxina sódica
Infecção urinária
2,2-4,4 mg/kg    24/24h
SC
Coccidine
Enterite
1ml/L de água 5d para 3d e repete
VO
Covesin 9*
Vacina clostridiose
1 ml/animal
SC
Creamex Pet*
Cicatrizante
utilizar na lesão
Tópico
Curso Clin*
Enterite
um envelope em 10L/ água
VO
Dexametasona
Glicocorticóide
0,5 - 2mg/kg          12/12h
VO
Dipirona
Analgésico
6-12  mg/kg           12/12h
VO
Ducálcio*
Polivitamínico
5-10 ml/ animal      15 dias
VO
Ectonosol
Sarna
utilizar na lesão
Tópico
Ferro Dextrano
Anemia
4-6 mg/kg  única aplicação
IM
Ferro SM (ferro, comp.B)
Ferro / Comp B
20 gotas/dia
VO
Fertagyl
LH, FSH
0,2 ml/animal
IM
Folligon 1000UI
LH, FSH
40 UI Folligon/animal
IM
Gluconato Cálcio
Hipocalemia
02 ml/animal
EV/IM/SC
Glutamax
Aminoácido
4 gotas/ 100ml de água
VO
Hidróxido alumínio
Gases
30mg/kg      8/8h
VO
Hidroxizina
Anti-histamínico
2 mg/kg    8/8h
IM
Imidadoprina
Ectoparasita
utilizar na lesão
Tópico
Ivermectina
Antihelmíntico
0,5ml/animal
1x depois 15 dias repete dose
SC
Metroclopramida
Gases
02 gotas     06/06h
VO
Moxidectina
Endotoxida
0,2 mg/kg   a cada 10 dias
VO
Norfloxacino
Atb trato urinário
22 mg/kg    12/12h
VO
Oxitetraciclina/
lidocaína
Enterite bacteriana
0,25 ml/kg           24/24h
SC
Piperazina
Oxiuríase
0,5 g/kg/dia    por 2 dias
VO
Piperazina
Antihelmíntico
2,5g/L na água
VO
Piretrina
Pulgas
uso de filhote de gato
Tópico
Potenfort B12
Gestação/
Lactação
1ml/kg durante 3 dias
VO
Prednisolona
Glicocorticóide
0,5- 2 mg/kg      24/24h
VO
Promotor L*
Comp. Vitamínico
aminoácidos
2ml/L na água por 7 dias
VO
Rocefin
Sífilis coelho
40 mg/kg              12/12 h por 2 dias
IM
Selamectina
Antihelmíntico
0,5ml/animal
1x depois 15 dias repete dose
SC
Simeticona
Gases
22 gotas              12/12h
VO
Soro antiofídico
Antídoto
conforme a necessidade
*-*
Soro antitetânico
Tétano
100.000UI 12/12h terapêutico
1500 UI 12/12h profilático
EV
Suco de abacaxi
Tricobezoares
10 ml de suco por 5 dias
VO
Sulfadiazina AG/
Sulfato de neomicina
Cicatrizante
utilizar na lesão
Tópico
Sulfadiazina/
Pirimetrina
Pneumocistose
10-15 mg/kg       12/12h
VO
Sulfametoxazol/
Trimetropina
Pneumocistose
15 mg/kg             12/12h       5 dias
VO
Sulfato Ferroso
Anemia
4-6 mg/kg           24/24h
VO
Tetratiuran
Ectoparasita
utilizar na lesão
Tópico
Triclorfon
Piolho e sarna
pulverizar animal e local
*-*
Trobamicina/
Norfloxacino
Atb Oftalmológico
01 gota em cada olho  24h
Parenteral
Vitamina C
Vitamina
100 mg/kg          12/12h
VO
Vitamina K
Hemorragia
01ml/animal     1x
IM
*Nome comercial dos fármacos e suas funções.

Mercado pet de rações específicas para mamíferos não convencionais ou exóticos, existe no mercado uma gama grandiosa de alimentação para esses animais, porém, com toda a diversidade existem poucos tipos específicos para coelho em sua diversidade de: sexo, raça, tamanho, pelagem, pois, para cada item mencionado há uma exigência específica de alimentação, um exemplo claro que o mercado não oferece ração específica para coelha gestante e lactante.
Existe no mercado hoje uma ou duas marcas que oferecem ração para coelhos anão, filhotes e adultos, porém, não é o suficiente para a quantidade de animais que temos e suas peculiaridades, formando um exemplo claro é: uma fêmea gestante anã de pelos longos tem uma demanda de vitamina C muito maior, que uma fêmea gestante gigante de pelo curto, ou seja, a primeira fêmea necessita de suplementação de vitamina C enquanto a segunda precisa de uma suplementação maior de proteínas porque pelo seu porte físico e que terá um número maior filhotes por gestação sendo assim precisará de uma quantidade maior de lactação, com isso, afirmo que  ainda faltam muitos estudos por parte da medicina veterinária, farmacêutica e também da indústria de ração para essa espécie.

Considerações Finais
Apesar da indústria farmacêutica veterinária no Brasil está em pleno avanço ainda sente muito a falta de medicamentos específicos para os coelhos, contudo, existe sim, um nicho de mercado em exploração ainda muito tímido, porém, em crescimento, a gama de medicação e doses específicas para esta espécie deixa a desejar levando os profissionais a adequar os medicamentos existentes para pequenos animais aos lagomorfos.
A grande quantidade de veterinários silvestres e veterinários especialistas em diagnóstico por imagem não supre a falta de profissionais veterinários especialistas em coelhos, outro ponto a ser discutido na formação de novos profissionais é que nos cursos de medicina veterinária ainda não veem o coelho como animal de pequeno porte e não são acrescidos em aulas de clínica específicas para o tratamento desse animal que está frequente, esta afirmação se completa pelos tutores de coelhos que não encontram e sentem a dificuldade em profissionais específicos no tratamento de seus animais.
O mercado da indústria de rações também tem sua parcela de dificuldade para os tutores de lagomorfo, porque, hoje o mercado tem muitas variedades de ração, entretanto, não há diversidade ainda de alimento específico para as faixas etárias, tamanhos e raças de coelhos, o mais comum é a venda de ração peletizada a granel que é a mesma para coelhos de produção. Além de todas essas afirmações os médicos veterinários que atuam com essa espécie ainda sofrem com a literatura escassa e antiga, não há no mercado muita coisa nova escrita sobre esse animal como pet somente como produção mesmo assim a literatura deixa a desejar para os dias atuais.  Enfim para os coelhos existe muito mercado para as indústrias de ração, farmacêuticas, médicos veterinários, porém, com todas essas afirmações o que também falta é interesse por parte de todos no investimento desta espécie.

Referências bibliográficas
ANDRADE, A. et al., Animais de Laboratório – criação e experimentação, Ed FioCruz, 2002.

BIRCHARD, S. J.; SHERDING, R. G. Manual Saunders: clínica de pequenos animais. 2.ed. São Paulo: Roca, 2003.

CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de animais selvagens: medicina veterinária. São Paulo: Roca, 2006.

HARKNESS, J.E.; WAGNER J.E. Biologia e Clinica de coelhos e roedores. 3. Ed. Roca, 1993.

MELLO, H. V.; SILVA, J. F. Criação de coelhos – Coleção do Agricultor. Editora Globo, 1988.

QUINTON, J.F., Novos animais de estimação – pequenos mamíferos – Ed. Roca – 2005.

RODRIGUES, H. Nutricion de los conejos, 2009

SIMONATO, M. T. Principais doenças de coelhos de companhia. IV Seminário Nacional de Ciência e Tecnologia em Cunicultura, Botucatu, 2012.

SINDAN, Compêndio de produtos veterinários 2013-2014 – 1 Ed., Ed MedVet, 2013.

VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 2. Ed. Lagoa Santa: Gráfica e Editora CEM, 2007.

VIEIRA, M.I., Doenças dos coelhos – manual prático – 2 Ed. – Ed. LPM - 1980

Golin, E. Cunicultura mais que criação é um hobby, 2017. Disponível em:< https://cunicultando.blogspot.com.br/>. Acesso em: 01 de abr. 2017.


PS.:- Para nos ajudar veja o link: Quero escrever um livro  e ajuda no Apoia se 

Comentários

  1. olá, eu fiz uma leitura do teu artigo, e gostaria de saber se vc publicou ele? Se publicou, onde posso ter acesso?
    Estou procurando um artigo sobre mamíferos, e pensei nos coelhos de raça de pequeno porte, os criados como animais de estimação, vc pode me indicar algum artigo? é para fazer uma apresentação. Obrigada e parabéns pelo teu artigo.

    ResponderExcluir
  2. Oi, Mari, este artigo foi enviado e aceito pela ACBC ainda não tem data para a publicação a priori será em junho/2017, mas, não sei ao certo se será?

    Caso queira mais informações aqui é o canal ou www.acbc.org.br é o maior acervo de publicações sobre cunicultura do Brasil.

    Se quiser algum material extra, ou quiser participar do nosso grupo de whatsapp deixe um recado no entre em contato daqui do blog.

    Obrigada e volte sempre as suas dúvidas são as mesmas dos tímidos, o blog só cresce quando todos colaboram

    Beijokas

    Eve Golin

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Assim que puder te responderei, mas, tenha certeza que todos os comentários são lidos. Eles são super importantes para o crescimento do canal e do blog.

Veja o nosso canal também: https://www.youtube.com/playlist?list=PLfrKegNald3ou29zq-bz6NyVBS0iZZxau

Postagens mais visitadas deste blog

Medicações utilizadas em coelhos

O que o coelho pode e não pode comer

COMO CURTIR PELE DE COELHO